domingo, 11 de março de 2012

RESENHA


MARIA VERAMONI DE ARAÚJO COUTINHO1
RAIMUNDO MAI SILVA SARRAFF2

UM MODELO DE GESTÃO POR RESULTADOS SEGUNDO A TEORIA
DA AGÊNCIA
Um Estudo de Caso: Banco do Estado de Santa Catarina S/A

SANTOS, Jorge Luiz dos. KELM,  Martinho Luís. ABREU, Aline França de. Universidade Federal de Santa Catarina – UFSC.

O artigo aborda as implicações da gestão por resultados de organização com estrutura descentralizada, na perspectiva da teoria da agência de Jensen & Meckling.
Segundo os autores as organizações que se configuram como estruturas pulverizadas (unidades), mas ligadas a um comando central, além de lutar pela constante sobrevivência são permeadas por conflito de interesses em função da competitividade corporativa e competitividade entre as unidades.
Os pressupostos da Teoria da Agência tratam dos conflitos peculiares às organizações em rede. O artigo relata um caso de Modelo de Gestão por Resultados, aplicado a uma Instituição Bancária, que contém em seu escopo soluções para os conflitos de agência.
A complexidade no ambiente de negócios, influenciado pelas Forças Competitivas, exigiu igual complexidade das organizações, desafiando-as a serem ágeis e flexíveis.
O modelo de gestão por resultados apresenta-se como instrumento de minimização dos conflitos de agência. Trata-se de “um processo cooperado agregando um conjunto de recursos humanos, de capital e tecnológicos com vistas à obtenção de um produto final que suplante, a nível de utilidade e valor, a soma das contribuições individuais de cada fator de produção". Alchian & Demsetz (1972).
Os autores afirmam que, segundo Jensen & Meckling (1976), no conceito de firma, que delega autoridade e atribuições, identificam-se dois personagens com papeis bem definidos: o Principal, que é o empreendedor original e o Agente, que é aquele que irá executar ou administrar o empreendimento. A Teoria da Agência irá preocupar-se com a resolução dos problemas de conflito entre os objetivos do principal e agente e o problema que surge quando é difícil ou oneroso para o principal verificar a ação do agente e para o agente provar sua fidelidade aos ideias da organização.
O modelo de gestão por resultados que o artigo apresenta foi implementado sob a consultoria da Fundação Dom Cabral, de Belo Horizonte- MG, de 1995 a 1998, no Banco do Estado de Santa Catarina S/A, BESC. A organização possui 586 pontos de atendimento e 4.815 empregados.
Segundo os autores o BESC visava a contínua satisfação dos clientes/consumidores e soluções para as necessidades e expectativas dos colaboradores internos, acionistas e da sociedade. Assim o BESC aderiu à Excelência Empresarial (PROBEX), que se constitui em um “programa” de gestão, e o Empresariamento com Sinergia, sendo este um “estilo” de gestão que constituem um modelo por resultados e leva aos Resultados Desejados (RD), onde os agentes, se utilizam de processos embasados na filosofia,/estratégia empresarial.
O PROBEX atende a demanda do banco por agilidade e cria um ambiente onde seus colaboradores, possam realizar-se como seres humanos e como profissionais. O estilo e o programa deve ser comunicado, entendido e praticado por todos na empresa, como base para garantir sua sobrevivência e crescimento.
Diante da abordagem apresentada é imperioso ponderar, a viabilidade do programa e do estilo uma vez que a maximização do lucro cede espaço para uma concepção de valor, como filosofia empresarial, resultando em cinco campos de resultados, classificados como sendo de plantio (patrimônio humano, mercado e imagem e tecnologia e processos) e de colheita (os campos desenvolvimento econômico-social e econômico-financeiro).
Os autores classificam a gestão estratégica em quatro quadrantes: a definição empresarial básica, ação planejada, pessoas adequadas e a organização adequada.
Cabe-nos uma observação ao que se refere à ação planejada. Diríamos monitoramento das ações, uma vez que ações, embora planejada, estão constantemente monitoradas pelos sistemas de informações. Os agentes dos processos precisam estar envolvidos e não vigiados.
A linha do negócio se configura com a atuação sinérgica das Unidades de Negócios, Unidades Empresariais e Diretoria.
As agências tornam-se Unidades de Negócios. Para as gerências regionais a ideia é chegar a Unidades Empresariais, formando as “quase-empresas”, onde é preponderante o pleno apoio às Unidades de Negócios, recorrendo-se às Unidades de Desenvolvimento e Suporte na busca de soluções de negócios.
À Diretoria cabe agir como um órgão colegiado que coordena e integra a atuação de todas as unidades, com vistas a atingir as premissas e diretrizes estratégicas.
Em síntese, as agências nesse modelo de gestão irão efetuar suas ações com objetivo de cumprir com os contratos.